tag:blogger.com,1999:blog-295929060078602050.post4238430836133456938..comments2015-10-23T05:04:09.034-07:00Comments on Crônicas & Crônicas: A CRÔNICA E SEUS VARIADOS TIPOS...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13466439522604484724noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-295929060078602050.post-74798249701780647432015-10-23T05:04:09.034-07:002015-10-23T05:04:09.034-07:00Muito bom! Obrigada pelo material!Muito bom! Obrigada pelo material!Arpiahttps://www.blogger.com/profile/07407039751703883291noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-295929060078602050.post-72553714067473922182015-10-23T05:02:33.127-07:002015-10-23T05:02:33.127-07:00Muito bom! Obrigada pelo material!Muito bom! Obrigada pelo material!Arpiahttps://www.blogger.com/profile/07407039751703883291noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-295929060078602050.post-67058586894093099692012-03-23T14:57:07.680-07:002012-03-23T14:57:07.680-07:00Oi Pessoal,
Segue um exemplo de crônica reflexiva....Oi Pessoal,<br />Segue um exemplo de crônica reflexiva. Rubem Braga reflete sobre o fazer poético a partir de versos de um poeta desconhecido:<br /><br />O MISTÉRIO DA POESIA<br />Rubem Braga<br /><br />Não sei o nome desse poeta, acho que boliviano; apenas lhe conheço o poema, ensinado por um amigo. E só guardei os primeiros versos: Trabajar era Bueno em el Sur. Cortar los árboles hacer canoas de los troncos.<br /><br />E tendo guardado esses dois versos tão simples, aqui me debruço ainda uma vez sobre o mistério da poesia.<br /><br />O poema era grande, mas foram essas palavras que me emocionaram. Lembro-me delas às vezes, numa viagem, quando estou aborrecido, tenho notado que as murmurro para mim mesmo, de vez em quando, nesses momentos de tédio urbano. E elas produzem em mim uma espécie de consolo e de saudade não sei de que.<br /><br />Lembrei-me agora mesmo, no instante em que abria máquina para trabalhar nessa coisa vã e cansativa que é fazer crônica.<br /><br />De onde vem o efeito poético? É fácil dizer que vem do sentido dos versos; mas não apenas do sentido. Se ele dissesse: Era Bueno trabajar em el Sur , não creio que o poema pudesse me impressionar. Se no lugar de usar o infinitivo do verbo cortar e do verbo hacer usasse o passado, creio que isso enfraqueceria tudo. Penso no ritmo: ele sozinho não dá para explicar nada. Além disso, as palavras usadas são, rigorosamente, das mais banais da língua. <br />Reparem que tudo está dito com elementos mais simples: trabajar, era Bueno,Sur, cortar, árboles, hacer canoas, troncos.<br /><br />Isso me lembra um dos maiores versos de Camões , todo ele também com as palavras mais corriqueira de nossa língua:<br />"A grande dor das coisas que passaram".<br /><br />Talvez o que mais me impressione seja mesmo isso: essa faculdade de dar um sentido solene e alto às palavras de todo dia. Nesse poema sul-americano a idéia da canoa é também motivo de emoção.<br /><br />Não há coisas mais simples e primitiva que uma canoa feita de tronco de árvore; e acontece que muitas vezes a canoa é de grande beleza plástica. E de repente me ocorre que talvez esses versos me emocionem particularmente por causa de uma infância de beira-rio e de beira-mar. Mas não pode ser: o principal sentido dos versos é o do trabalho; um trabalho que era bom não essa "necessidade aborrecida" de hoje. Desejo de fazer alguma coisa simples, honrada e bela, e imaginar que já se fez.<br /><br />Fala-se muito em mistério poético; e não faltam poetas que procurem esse mistério enunciando coisas obscuras, o que dá margem à muito equívoco e muita bobagem . Se na verdade existe muita poesia e muita carga de emoção em certos versos sem um sentido claro, isso não quer dizer que, turvando um pouco as águas, elas fiquem profundas...<br />Disponível em:http://www.eeagorajose.kit.net/estilos/cromistetiobraga.htmJosyehttps://www.blogger.com/profile/06241232379500722854noreply@blogger.com